Amado irmão(ã), é o princípio básico de todo filho e filha de Deus viver
o mandamento do amor. Eu posso ser tudo e ter tudo, porém se não vivo o amor
para com Deus e os irmãos, de nada me vale o meu viver. (cf ICor 13, 1-13).
Veja o que pediu o Senhor Jesus: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos
outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida
por seus amigos... o que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (Jo 15, 12-13.17).
Quem ama de verdade não procura fazer o mal à outra pessoa; pelo contrário,
busca acolher e ajudar de alguma forma. O verdadeiro cristão é aquele que busca
agradar a Deus, vivendo o mandamento do amor sem discriminar ninguém, pois
Jesus deu a sua vida por todas as pessoas e quer que todos aqueles que estão
excluídos e distantes dele por qualquer motivo, venham fazer parte do seu reino.
Jesus convida a todos sem fazer acepção de pessoas para que tomem posse da sua
graça divina: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos
aliviarei” (Mt 11,28). Quantos irmãos vivem aflitos, excluídos, oprimidos e
descriminados porque nós ditamos normas, leis e até passagens bíblicas para
condenar e excluir pessoas por não pensarem ou agir como nós, chegamos ao ponto
de condená-las ao fogo do inferno; com a Bíblia na mão muitos desconsideram o
seu contexto, tanto literário, quanto sócio-histórico. Os Textos Sagrados (a
Bíblia) são divinamente inspirados, mas refletem também a cultura, a maneira de
enxergar o mundo e a vida própria de cada época. Os textos bíblicos são
expressões da revelação divina à humanidade em situações históricas concretas e
definidas. Por fazerem uma leitura literária e fundamentalista, é que se dividem
tanto os grupos religiosos. Os Sagrados Escritos por estarem distantes de nós
como intérpretes, estes carecem de estudo e aprofundamento especiais, para que
possam ser divinamente entendidos. Em outras épocas utilizando-se da Bíblia,
grupos religiosos apoiavam e defendiam a escravidão, a segregação racial, a
inferiorização da mulher e outras formas de preconceito. Hoje, a mesma Bíblia é
manipulada por muitas pessoas para afastar e excluir os que pensam ou agem
diferente dos seus ensinamentos religiosos, enquanto que o Senhor Jesus disse:
“Eu vim para que todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10,10). Querido
irmão, só vivemos o mandamento do amor que Jesus Cristo nos pede se acolhermos
o outro sem nenhum preconceito ou discriminação de qualquer tipo. O amor a Deus
pela humanidade é inexplicável ao raciocínio humano, pois alcança todas as
pessoas, independente de etnia, sexualidade ou qualquer outro tipo de diferença
que possa marginalizar os seres humanos (cf Jo 3,16). Na Primeira Carta de João
ele nos pede: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus”
(1Jo 4,7). Jesus nos ensina que os excluídos tem precedência no seu Reino:
“Quando deres um jantar ou uma ceia, não convides os teus amigos, nem teus
irmãos, nem teus parentes, nem vizinhos ricos; para não suceder que eles, por
sua vez, te convidem e sejas recompensado. Antes, ao dares um banquete, convida
os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos...” (Lc 14,7-14). Jesus estava na
casa de um fariseu jantando, quando percebeu que alguns convidados escolhiam os
primeiros lugares. Ele usou esta situação para ensinar uma importante lição aos
seus discípulos de ontem e de todo tempo: a humildade, que é um dos mais caros
valores do Reino de Deus. Os Evangelhos revelam que Jesus enquanto entre nós
esteve, andou com os excluídos e fez deles o alvo do seu amor e missão. Os
religiosos, os fariseus e os saduceus do Novo Testamento jamais aceitaram isso,
pois achavam os únicos “eleitos” e servos de Deus. Na concepção deles Jesus
tornava-se impuro, sujo, na convivência com os pecadores. (cf Mt 9,10-13).
Porém, pelo contrário, estes, os pecadores, ficavam purificados de seus pecados,
aproximando-se do Mestre. Isto não quer dizer que Jesus aprovasse a maneira de
viver dos pecadores; Sua presença revelava-lhes a malícia de seus corações,
exigindo conversão. A religião “cristã”, em vez de se manter nos passos
d’Aquele que ela diz seguir, preferiu andar nos passos dos fariseus e dos
saduceus pervertendo a mensagem de Jesus.
Portanto, meu irmão(ã), amemos a todos com o amor que vem de Deus. A
única coisa que jamais devemos deixar acontecer nas nossas atitudes para com o
outro é a exclusão, seja ela de que forma for.
Deus o abençoe!
Pe. Francisco do Bonfim Almeida
de Sousa
Valentim Gentil-SP
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