Padre Francisco

Padre Francisco
Abençoado és. Um presente de Deus para Valentim Gentil.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Acolher o outro com amor e sem preconceito



   Amado irmão(ã), é o princípio básico de todo filho e filha de Deus viver o mandamento do amor. Eu posso ser tudo e ter tudo, porém se não vivo o amor para com Deus e os irmãos, de nada me vale o meu viver. (cf ICor 13, 1-13). Veja o que pediu o Senhor Jesus: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos... o que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (Jo 15, 12-13.17). Quem ama de verdade não procura fazer o mal à outra pessoa; pelo contrário, busca acolher e ajudar de alguma forma. O verdadeiro cristão é aquele que busca agradar a Deus, vivendo o mandamento do amor sem discriminar ninguém, pois Jesus deu a sua vida por todas as pessoas e quer que todos aqueles que estão excluídos e distantes dele por qualquer motivo, venham fazer parte do seu reino. Jesus convida a todos sem fazer acepção de pessoas para que tomem posse da sua graça divina: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Quantos irmãos vivem aflitos, excluídos, oprimidos e descriminados porque nós ditamos normas, leis e até passagens bíblicas para condenar e excluir pessoas por não pensarem ou agir como nós, chegamos ao ponto de condená-las ao fogo do inferno; com a Bíblia na mão muitos desconsideram o seu contexto, tanto literário, quanto sócio-histórico. Os Textos Sagrados (a Bíblia) são divinamente inspirados, mas refletem também a cultura, a maneira de enxergar o mundo e a vida própria de cada época. Os textos bíblicos são expressões da revelação divina à humanidade em situações históricas concretas e definidas. Por fazerem uma leitura literária e fundamentalista, é que se dividem tanto os grupos religiosos. Os Sagrados Escritos por estarem distantes de nós como intérpretes, estes carecem de estudo e aprofundamento especiais, para que possam ser divinamente entendidos. Em outras épocas utilizando-se da Bíblia, grupos religiosos apoiavam e defendiam a escravidão, a segregação racial, a inferiorização da mulher e outras formas de preconceito. Hoje, a mesma Bíblia é manipulada por muitas pessoas para afastar e excluir os que pensam ou agem diferente dos seus ensinamentos religiosos, enquanto que o Senhor Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10,10). Querido irmão, só vivemos o mandamento do amor que Jesus Cristo nos pede se acolhermos o outro sem nenhum preconceito ou discriminação de qualquer tipo. O amor a Deus pela humanidade é inexplicável ao raciocínio humano, pois alcança todas as pessoas, independente de etnia, sexualidade ou qualquer outro tipo de diferença que possa marginalizar os seres humanos (cf Jo 3,16). Na Primeira Carta de João ele nos pede: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus” (1Jo 4,7). Jesus nos ensina que os excluídos tem precedência no seu Reino: “Quando deres um jantar ou uma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem vizinhos ricos; para não suceder que eles, por sua vez, te convidem e sejas recompensado. Antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos...” (Lc 14,7-14). Jesus estava na casa de um fariseu jantando, quando percebeu que alguns convidados escolhiam os primeiros lugares. Ele usou esta situação para ensinar uma importante lição aos seus discípulos de ontem e de todo tempo: a humildade, que é um dos mais caros valores do Reino de Deus. Os Evangelhos revelam que Jesus enquanto entre nós esteve, andou com os excluídos e fez deles o alvo do seu amor e missão. Os religiosos, os fariseus e os saduceus do Novo Testamento jamais aceitaram isso, pois achavam os únicos “eleitos” e servos de Deus. Na concepção deles Jesus tornava-se impuro, sujo, na convivência com os pecadores. (cf Mt 9,10-13). Porém, pelo contrário, estes, os pecadores,  ficavam purificados de seus pecados, aproximando-se do Mestre. Isto não quer dizer que Jesus aprovasse a maneira de viver dos pecadores; Sua presença revelava-lhes a malícia de seus corações, exigindo conversão. A religião “cristã”, em vez de se manter nos passos d’Aquele que ela diz seguir, preferiu andar nos passos dos fariseus e dos saduceus pervertendo a mensagem de Jesus.
   Portanto, meu irmão(ã), amemos a todos com o amor que vem de Deus. A única coisa que jamais devemos deixar acontecer nas nossas atitudes para com o outro é a exclusão, seja ela de que forma for.

Deus o abençoe!

Pe. Francisco do Bonfim Almeida de Sousa
Valentim Gentil-SP

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